O chefe de quadrilha e o general

20 de maio de 2021, 15:39

A presença ostensiva de Flavio Bolsonaro na CPI, como representante da família, é uma espécie de vigilância.

Mais do que protegendo o general, Flavio parece estar patrulhando o depoimento do ex-ministro. O chefe de Queiroz está na CPI, da qual não faz parte, para vigiar e para tumultuar, mas a primeira tarefa é mais relevante para a família.

Um general está sob a tutela de um sujeito denunciado formalmente como chefe de uma quadrilha integrada por milicianos?

A fidelidade de Pazuello a Bolsonaro é algo a ser melhor compreendido mais adiante. O general está assumindo todas as broncas do genocídio sem vacilar.

O que Pazuello deve a Bolsonaro a ponto de assumir sozinho decisões e omissões que certamente serão enquadradas como crimes graves?

Que dívida um general tem com a família a ponto de assumir sozinho a autoria de delitos que podem comprometê-lo pessoalmente e envolver as Forças Armadas?

O único homem sem terno na CPI, sempre com as mangas arregaçadas e com aquela tipoia, Flavio (que está inquieto) compõe bem a figura de um chefe de facção.

https://www.blogdomoisesmendes.com.br/a-boiada-de-salles-e-a-libertacao-da-policia-federal/

Escrito por:

Moisés Mendes é jornalista de Porto Alegre e escreve no blogdomoisesmendes. É autor de ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim). Foi editor de economia, editor especial e colunista de Zero Hora.

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