
Eduardo Leite subiu num muro que não existe mais
Eduardo Leite não percebeu que a direita não estava para brincadeira com candidatos fofos. Em lugar algum do Brasil.
Todos os fofos despareceram este ano, porque a direita queria vencer com a extrema direita, e não brincar de ser de centro, porque esse centro não existe mais.
Leite é o cara aquele do raciocínio básico e raso dos opostos e dos antagonismos de quinta série. É muito antigo.
Pensam que sou de direita, mas não sou nem de esquerda e nem sei o
que sou. Querem Estado forte e eu não quero forte nem fraco, mas sabem que o fraco me agrada. Torcem contra o progresso, mas eu quero desenvolvimento. Investem na polarização e eu sou a enganação.
Se perguntarem se gosta de praia ou serra, ele enrola, por achar que está diante de uma armadilha política. Leite é o sujeito do isso contra aquilo, com ele no meio.
E mantém esse vício de raciocínio básico há muito tempo, talvez por orientação de um marqueteiro.
Foi assim quando apoiou Bolsonaro, mas apoiava mais ou menos, quanto tentou dar o golpe em João Doria e quando ameaçou entrar no PSD.
Agora, precisa dos votos do PT, mas subiu num muro que não existe mais, porque não pode chegar perto de Lula e nem de Bolsonaro e no fim não é nada.
Vai levar 7 a 1 de Onyx, ficará quatro anos sem mandato e terá de carregar a tatuagem de quem não sabe direito o que é e o que defende.
Leite chegou mais de 20 anos atrasado e tenta ser hoje o que Germano Rigotto foi em 2002. Funcionou até a eleição de José Ivo Sartori.
A roda girou e passou por cima dos centristas, porque a extrema direita ocupou quase todos os espaços do reacionarismo.
Leite é um Campari, e o Rio Grande agarrado a Bolsonaro quer graspa no bico da garrafa.
Essa história de que o meu partido é o Rio Grande já venceu. A direita quer Bolsonaro e Onyx. Pode ser salvo por um milagre pelo voto do antibolsonarismo? Matematicamente, pode, mas é difícil.
Não há caminho do meio no Brasil de hoje. Talvez volte a existir, mas aí o tempo de Leite poderá ter passado.