(Foto: Reprodução)

Voltando ao normal

14 de setembro de 2022, 16:06

Durante um tempinho – uma semana, pouco mais, pouco menos, desde o dia 7 de Setembro – Jair Messias parecia um tanto acalmado. Dentro, claro, do seu desequilíbrio, mas – digamos – menos enfurecido.

Evitou mencionar nomes quando se referia a integrantes tanto do Supremo Tribunal Federal como do Tribunal Superior Eleitoral, poupou ataques frontais às urnas, e se não fosse a abjeta aberração do “imbroxável” pronunciado histericamente pareceria que finalmente passou por uma intervenção psiquiátrica.

Chegou até mesmo a admitir o que parece inevitável, ou seja, sua derrota nas urnas. Disse que caso isso aconteça, volta para casa e ponto final. E mais: cometeu a surpresa absoluta de reconhecer erros (minimizados, claro) durante sua criminosa atuação na pandemia.

Qual nada…

Quando os lúcidos ainda tentavam descobrir o que havia acalmado o furibundo genocida, ele voltou ao normal – ou seja, ao desequilíbrio que já não é mais tão assustador, porque as pessoas se acostumaram com sua maneira de ser, irremediável.

Ele e seu bando sabem que o risco de serem expurgados no primeiro turno continua elevado. Sabem, ou intuem, que os conservadores e os donos do dinheiro preferem que isso não aconteça, para que Lula não saia vencedor com tamanha força. E também sabem que perdendo, não será tão fácil para Jair Messias voltar para casa: é altíssimo o risco de que ele acabe indo parar num tribunal.  

Esperam, embora não digam nada às claras, que Ciro Gomes continue afundando na lama enquanto lança críticas violentas a Lula. A turma do Carluxo é mestre na arte do que fazer com elas. E sabem que Simone Tabet é uma bobagem que não tem futuro nem espaço nessas eleições.

Jair Messias vai continuar ameaçando a democracia enquanto trata de evitar explicações para o óbvio – o dinheiro vivo com que ele e família, ex-mulheres e inclusive sua progenitora, compraram imóveis tem origem espúria, quando não criminosa. Bastante reveladora a atitude de sua ex-mulher Ana Cristina, que depois de tentar esconder a compra de uma mansão avaliada em três milhões de reais avisou, com todas as letras, que não deve satisfação a ninguém sobre a origem do dinheiro. 

Os militares empijamados aboletados em cargos carregados de benesses sabem que a derrota vem aí. E também sabem, ou deveriam saber, que com Lula a mamata vai acabar. São seis mil espalhados por Jair Messias.

Diante desse quadro, uma vitória de Lula no primeiro turno é cada vez mais importante para varrer de vez toda essa imensa imundície do poder e do governo.

E é da mesma importância que o Congresso que saia das urnas faça uma limpeza no atual, que é o de menor nível desde a volta da democracia.

Agora, é esperar para ver. Com Jair Messias de volta ao normal, quanto mais rápido passe o tempo mais tensão haverá no ar.

Escrito por:

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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