Um voo nos braços do maior galã da TV
No início da profissão (final dos anos de 1970) eu cobria as produções de TV. Novelas. Um dia eu estava no corredor da TV Globo aguardando uma entrevista com o José Wilker, quando alguém me abraçou, me tirando do chão e me rodando no ar. Levei um susto. Ao mesmo tempo, naquela fração de espanto, não pude deixar de admirar a força daqueles braços que me rodopiavam. Quando eles me pousaram no chão foi que eu vi. Era o Tarcisio Meira.
Ele começou a repetir:
– Por favor me desculpe, por favor me desculpe. Por favor me desculpe.
Eu ouvia os pedidos com um sorriso congelado. Ou melhor, acho que congelei geral. Então eu, uma foca, tinha estado nos braços de Tarcisio Meira.
Metida, toda preocupada em não passar recibo de tiete, eu respondia:
– ‘Não foi nada, imagine, sem problema’. E ele, mortificado, me explicou:
– Eu confundi você com a Lidiane, mulher do Tony (Ramos). Pensei que ela estivesse nos visitando. Somos muito amigos. Eu espero, sinceramente, que você entenda.
Eu não só o hava desculpado, como jamais esqueci que um dia voei nos bracos do maior galã da TV.
Está desculpado, Tacisio.