SNI seguiu e denunciou Eunice Paiva em 1979
No dia 28 de junho de 1979, Eunice Paiva, viúva do ex-deputado federal Rubens Paiva, morto e desaparecido político por ação e nas dependências de uma unidade do Estado Brasileiro, o DOI-CODI, proferiu palestra na Secretaria de Educação e Cultura de Londrina, no Paraná. A palestra foi promovida pelo Comitê Londrinense pela Anistia e Direitos Humanos (CLADH) e foi acompanhada pela ação de um “araponga” que seguiu seus passos e anotou – ou gravou – toda a sua fala, reproduzindo-a aos seus superiores, pelo informe, nº 0324/19/AC/79, do Serviço Nacional de Informações (SNI)
O material foi difundido para os seguintes órgãos, como era obrigação, na época: Centro de Informações do Exército (CIE); Centro de Informações da Aeronáutica (CISA); Centro de Informações da Marinha (CENIMAR); Centro de Informações da Polícia Federal (CI/D.P.F); Direção do Serviço de Informações (DSI); Ministério da Justiça e Direção do Serviço de Informações do MEC (DSI/MEC).
A palestra de Eunice, foi promovida pelas seguintes entidades: Cooperativa de Jornalistas do Paraná; Associação dos Docentes do Hospital Universitários; Associação dos Professores Licenciados do Paraná, núcleo Londrina; DCE de Londrina e Diretório Municipal do MDB.
Na reprodução da fala de Eunice pelo informe, o espião reproduz um trecho em que ela relata uma conversa com o ministro da Justiça do ditador Médici, na época Alfredo Buzaid, em que ele mente descaradamente e cruelmente para ela, dizendo que Rubens Paiva continuava preso no 1º Exército, estava ferido, mas vivo, e em breve voltaria para casa. Segundo comentário do “araponga”, no documento, Buzaid negou esse encontro e que teria feito essa revelação a Eunice Paiva. Covardemente, mentiu e desmentiu.
Conheça o inteiro teor do documento:
https://drive.google.com/file/d/1fFPUpBo1HOELGcAAz-Wque0aDSqQe869/view