Incêndio atinge galpão da Cinemateca Brasileira (Foto: Reprodução)

Parabéns, Mario Frias! Parabéns, Weintraub!

30 de julho de 2021, 19:52

Acidentes acontecem, muitas vezes com dramáticas consequências, e é muito raro que se consiga descobrir o responsável por eles.  

Já crimes não acontecem: são cometidos, muitas vezes com devastadoras consequências. No caso dos crimes, são cometidos por um ou mais criminosos, que muitas vezes obedecem a um mandante.  

O incêndio no galpão-depósito da Cinemateca não foi acidente, foi crime. Seus autores, pela ordem: a escalafobética e abjeta figura de Abraham Weintraub, que antes de ser foragido da Justiça ocupou o ministério da Educação – ele, que comete erros de grafia e de pronúncia no português, ministro de Educação do governo da besta-fera! – e o atual secretário Especial de Cultura, um canastrinho que atende pelo nome de Mário Frias.

O mandante: Jair Messias.

Não se sabe ao certo o que se perdeu no incêndio. Sabe-se apenas, e com toneladas de certeza, que foram perdidos documentos, seja na forma de rolos de filme ou de fotos, que compunham tesouros da memória.

Desde que o patético Weintraub desarmou a Cinemateca, e disso já lá se foi um ano, choveram pedidos de socorro e alertas de perigo.  

Ninguém fez nada, ou melhor, foi feito o suficiente para que Frias e o PM ao seu lado, um tal de Porciúncula, cumprissem exatamente a sua missão: não fazer nada e deixar toda e qualquer estrutura do Estado em favor da cultura perecer. Fazer, ou tentar fazer, que a memória desapareça. Um povo sem memória é um povo sem futuro, e essa é exatamente a determinação de Jair Messias e de todos e cada um de seus asseclas.

Mário Frias e Porciúncula fizeram ouvidos moucos a todos os apelos, todos os pedidos de socorro. E isso, por uma única razão: cumprir a missão que lhes foi dada por Jair Messias, que é exatamente a da destruição, do abandono que leva à devastação de tudo, a começar pela memória.

Não foi um acidente, foi um crime cuidadosamente premeditado e consumado. E o pior, o mais grave, o mais duro de entender, é que ninguém será punido. É constatar que nossas tão sacrossantas instituições estão em frangalhos, ao léu. Ora é o presidente que comete crimes de responsabilidade e tudo fica por isso mesmo, na conta do aluguel de políticos abjetos, ora são as instituições da Justiça que se fazem de parvas.

E é nesse quadro de tenebrosa miséria, de miserável resignação, de abominável covardia, que as chamas vão consumindo a memória do país.

E tudo continua acontecendo diante da pasmaceira de um Brasil que se deixa corroer por dentro. Que não reage, que engole toda a imundície vinda do imundo que se elegeu em 2018 graças a um juiz manipulador, graças a um Exército emporcalhado, graças aos meios de comunicação que foram fundamentais para demonizar a política e assim, enterrar o país e selar um futuro macabro para cada um de nós.

Parabéns, Abraham Weintraub. Parabéns, Mário Frias. Vocês conseguem cumprir com raro brilho a missão. Imundos os dois, como todos, sem exceção, que integram esse governo. Mas, mesmo imundos, eficazes.

Escrito por:

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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