Luciano Hang (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)

O misterioso caso dos celulares indevassáveis

26 de junho de 2024, 20:24

A Polícia Federal encontrou novas provas sobre a venda das joias das arábias em celulares de Frederick Wassef, um dos advogados de Bolsonaro. São quatro os celulares que a PF apreendeu com o sujeito em agosto do ano passado. 

Essa é a notícia mais recente sobre a devassa nos celulares de um bolsonarista. Muito do que a PF desvendou dos rolos das joias, do golpe e das fraudes nos cartões de vacinas veio de celulares. 

São aparelhos de Wassef, do coronel Mauro Cid, do pai de Mauro Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid, e de gente que convivia com o coronel das joias. O celular do general foi devassado por peritos da PF em agosto de 2023. 

Outros celulares de investigados do entorno de Bolsonaro, como o senador Marcos do Val, já foram abertos. Abrem os celulares de todos os que tiveram aparelhos apreendidos.

Mas não há uma linha, uma vírgula do conteúdo dos celulares do empresário Luciano Hang. A PF não deixa vazar nada sobre as tentativas de acesso ao que existe dentro dos celulares dele.

O que se sabe é que o autoproclamado véio da Havan continua sob investigação desde agosto de 2022, em inquérito relatado por Alexandre de Moraes, e que ninguém consegue abrir dois celulares.

Hang sofreu busca e apreensão em duas ocasiões, em maio de 2020 e em agosto de 2022. No primeiro caso, no inquérito das fake news, que tramita desde abril de 2019. 

No segundo caso, por fazer parte do grupo de oito tios milionários do zap acusados de trocar informações com ataques ao Supremo e de tramar um golpe. 

Nesse inquérito do zap, seis tios foram dispensados por Moraes em agosto do ano passado. Mas Hang e o empresário Meyer Nigri foram mantidos sob investigação.

Hang, o mais famoso de todos os tios do zap, já tentou retirar o inquérito do Supremo, para se livrar de Moraes, mas o pedido foi negado pelo ministro. É mantido no inquérito porque, segundo o próprio Moraes, a PF pediu mais tempo por não conseguir acessar seus dois celulares apreendidos. O véio se nega a fornecer as senhas.

Nigri ainda é investigado no mesmo caso porque manteve troca de mensagens golpistas com Bolsonaro. A PF ficou sabendo que ele recebia e repassava mensagens do então presidente porque, é claro, a perícia abriu o celular do empresário.

Abrem os celulares de Mauro Cid e do pai dele, de Wassef, de Marcos do Val, de Nigri e de ajudantes da copa e da cozinha do golpe. Mas e os celulares do véio da Havan? 

Os dois aparelhos foram apreendidos durante o governo de Bolsonaro. O que aconteceu com os celulares indevassáveis? Por que a PF abre todos os celulares apreendidos, com o vazamento de informações para a imprensa, mas não há nada sobre os celulares do empresário?

Nigri ainda é investigado no mesmo caso porque manteve troca de mensagens golpistas com Bolsonaro. A PF ficou sabendo que ele recebia e repassava mensagens do então presidente porque, é claro, a perícia abriu o celular do empresário.

Abrem os celulares de Mauro Cid e do pai dele, de Wassef, de Marcos do Val, de Nigri e de ajudantes da copa e da cozinha do golpe. Mas e os celulares do véio da Havan? 

Os dois aparelhos foram apreendidos durante o governo de Bolsonaro. O que aconteceu com os celulares indevassáveis? Por que a PF abre todos os celulares apreendidos, com o vazamento de informações para a imprensa, mas não há nada sobre os celulares do empresário?

Escrito por:

Moisés Mendes é jornalista de Porto Alegre e escreve no blogdomoisesmendes. É autor de ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim). Foi editor de economia, editor especial e colunista de Zero Hora.

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