Restaurante Sabor de Casa e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Reuters)

Mais um milagre de Jair Messias

12 de janeiro de 2023, 17:07

Que o foragido Jair Messias mente tanto como respira não é novidade para ninguém. Ainda assim, às vezes surpreende.

Quando excursionava país afora enquanto milhares de brasileiros morriam de Covid graças à política genocida implementada por ele e seu governo, Jair Messias assegurava que não gastava dinheiro com hospedagem: ficava sempre em instalações militares.

Falta explicar, então, como em seu cartão corporativo de crédito foram debitados treze milhões e seiscentos mil reais de hospedagem. Três milhões e quatrocentos mil por ano.  

As lanchonetes, onde ele se fazia filmar devorando pastéis e coxinhas enquanto espalhava farofa pelo chão, foram beneficiadas com centenas e centenas de milhares de reais.

No item ‘alimentação’, Jair Messias e sua trupe torraram cinco milhões e meio de reais em quatro anos. Na média, um milhão e cento e quinze mil reais por ano. Ou seja, oito mil por mês, só de refeições feitas fora dos palácios.

Mas o grande, imenso milagre do foragido foi outro, conforme relata no portal Uol, num preciso trabalho jornalístico, o repórter Thiago Herdy.

No dia 26 de outubro de 2021, Jair Messias foi até Boa Vista, capital de Roraima, visitar refugiados venezuelanos. Chegou de manhã, fez as visitas programadas, almoçou no comando do Exército na região, participou de um culto evangélico e no fim da tarde voltou para Brasília. Tudo rapidinho, tudo registrado.

Naquele mesmo dia o mais que modesto restaurante Sabor de Casa faturou cento e nove mil, duzentos e sessenta e seis reais no cartão corporativo do presidente.

Com isso seria possível comprar seis mil e quatrocentas marmitas ‘econômicas’, ou quatro mil e setecentas marmitas ‘tradicionais’ ou nada menos que dois mil e cem frangos assados com farofa e baião de dois, ou seja, feijão com arroz.

Os mal intencionados dirão, com certeza, que sobram indícios de tratar-se de um mais que óbvio desvio de recursos.   

Já os patriotas lúcidos reconhecerão que devorar tudo isso é mais um milagre de Jair Messias.  

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Escrito por:

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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