(Foto: Reprodução)

Farrapos de uma ‘guerra’ suja

24 de outubro de 2023, 09:02

A correspondente da TV Al Jazeera – @aljazeera – Youmna Elsayed conversa com sua filha em Gaza.

A menina fala de seu medo dos bombardeios, quando os gatos perturbam muito, mas que quando está nos braços da mãe só sente um pouquinho de medo. Diz que há bombardeios que a assustam muito, como um que houve pela manhã. Neste momento ouve-se novo bombardeio, mais distante. Ela diz que aquele tipo de bombardeio a assusta menos. Reclama da falta de água, pois nem pode se lavar. A ingenuidade tocante desta criança nos toca e emociona tanto quanto as imagens de horror.

A Al Jazeera está fazendo um trabalho magnífico e essencial na cobertura desse massacre desumano, enquanto as demais redes de mídia, estrangeiras e nacionais, nos constrangem e envergonham, estabelecendo falsas simetrias de forças e de tragédias, classificando esta ação de violência e extermínio como uma “guerra”. Guerra não é isso. Guerra tem regras, tem tréguas, tem forças mais ou menos equivalentes. Isso não é uma guerra, é uma fúria animalesca, um tsunami de maldades contra um pobre povo indefeso, que tenta se proteger em hospitais, escolas e igrejas, mas nem esses refúgios há mais. Bombardearam e destruíram todos.

Resta um único hospital em Gaza, onde os médicos operam à luz das lanternas dos celulares, já que não há eletricidade, e centenas de bebês dão seus últimos suspiros nas incubadoras inertes, sem eletricidade. Vergonha da Humanidade. Vergonha do Planeta Terra.

Não fazem escondido. Fazem descaradamente, sob nossos olhos, numa ação de intimidação planetária. Talvez desejem o planeta inteiro para eles. Que façam bom proveito. Sozinhos. Talvez a Humanidade, horrorizada, prefira mesmo se retirar e deixar toda a Terra para esse bando de bárbaros celerados, vampiros das riquezas, manipuladores da religião e da fé em nome da opressão dos povos.

De longe, assistimos a esse escárnio, avaliando quanto tempo esses anormais permanecerão no trono do poder absoluto.

Escrito por:

Formação acadêmica: Conservatório Nacional de Teatro 1967-1969, Rio de Janeiro
Jornalista, atriz e diretora do Instituto Zuzu Angel/Casa Zuzu Angel - Museu da Moda. Manteve colunas diárias e semanais, de conteúdos variados (sociedade, comportamento, cultura, política), nos jornais Zero Hora (Porto Alegre), O Globo, Última Hora e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), onde também editou o Caderno H, semanal.
Programas de entrevistas nas TVs Educativa e Globo.
Programas nas rádios Carioca e Paradiso.
Colaborações e/ou colunas nas revistas Amiga, Cartaz, Vogue, Manchete, Status, entre outras publicações).
Atriz de Teatro, televisão e cinema, de 1965 a 1976
Curadoria de Exposições de Moda: Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Itau Cultural, Paco Imperial, Casa Julieta de Serpa, Palacio do Itamaraty (Brasilia), Solar do sungai (Salvador).
Curadoria do I Salao do Leitor, Niterói

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