CPMI convocará Luis Marcos dos Reis e propõe, amanhã, acareação entre Mauro Cid, Anderson Torres e Silvinei Vasques
A CPMI do 8 de janeiro está cada vez mais explosiva para Jair Bolsonaro. O próximo convocado para depor na condição de testemunha será o sargento do Exército Luis Marcos dos Reis. Um dos ajudantes de ordem do ex-presidente, ele atuava na equipe e movimentou em suas contas R$ 3,34 milhões entre 1º fevereiro do ano passado e 8 de maio deste ano. São dezenas de depósitos em seu nome, mesmo recebendo um salário de R$ 13,3 mil. Parte dos recursos ele repassou para o seu chefe, e auxiliar mais próximo de Bolsonaro, o tenente coronel Mauro Cid.
Amanhã, será encaminhado ao presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), o pedido de acareação entre o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; Mauro Cid, o ex- ajudante de ordens de Bolsonaro e o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, que está detido preventivamente no presídio de Segurança Máxima da Papuda – DF. Ele é acusado de ter organizado uma operação da PRF para impedir que eleitores do Nordeste, região em que Lula era o favorito na corrida presidencial, de chegar às urnas em 30 de outubro.
Mauro Cid e ele movimentaram R$ 7 milhões. Os dados são do Conselho de Controle e Atividades Financeiras (Coaf) e foram enviados à CPMI do 8 de Janeiro a partir de requerimento do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). >>> Sargento auxiliar de Bolsonaro movimentou R$ 3,3 milhões e repassou parte para Mauro Cid, aponta Coaf
“Segundo o Coaf, os repasses de recursos de Reis para Cid, incompatíveis com a renda do militar, foram considerados como indícios de possível lavagem de dinheiro. O Coaf já tinha apontado que Cid movimentou, entre 26 de julho do ano passado e 6 de maio deste ano, R$ 3,75 milhões”, noticiou o Estadão.
Deputados que participam da CPMI também revelaram que só entre fevereiro do ano passado e 20 de janeiro deste ano, o sargento Reis recebeu R$ 1,5 milhão em uma conta bancária no Banco do Brasil. Parte desse dinheiro foi obtido em 105 transferências via PIX, conforme o Coaf. No mesmo período, saíram de sua conta R$ 1,6 milhão, maior parte em transferências bancárias. Ele emitiu R$ 336,2 mil em Pix.
Relatório do Coaf cita, sem dar detalhes, que o militar teve 11 TEDs (transferências eletrônicas) devolvidas no valor total de R$ 500 mil.
Reis é um dos terroristas que ajudaram a depredar prédios públicos no 8 de janeiro, em Brasília. Sua prisão se deu em maio, acusado de ter colaborado na operação de falsificação dos comprovantes de vacinas da Covid-19, para a família de Cid, de Bolsonaro e alguns assessores que seguiriam na fuga, com Bolsonaro, para Orlando. Sua participação teria sido a de acionar o seu sobrinho, o médico Farley Vinicius Alcântara, para preencher e carimbar um dos cartões falsos emitidos em nome da mulher de Cid.