Claudia Jimenez (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Claudia Jimenez: por dentro de um elenco selvagem

20 de agosto de 2022, 11:15

Partiu Claudia Jimenez, luz da graça, do humor espontâneo. Talento raras vezes visto numa comediante. Alinhou-se com as grandes, as maiores de várias épocas. Como Ema D’Ávila, Nancy Wanderley, Dercy Goncalves, Dirce Migliaccio, Nádia Maria, Zezé Macedo. Até surgir a deficiência cardíaca, que a limitou, entristeceu e a fez definhar. 

Brilhou no cinema, na TV, no teatro. Lotou o Teatro Casa Grande em longas temporadas de gargalhadas, com o monólogo “Enchendo um biquíni selvagem”, que foi consagrador.

Sua Edileuza, de “Sai de baixo”, entrou para o rol dos grandes personagens e mais fantásticos desempenhos humorísticos da TV Brasileira, comparável a Ronald Golias, Walter D’Ávila e poucos do humor espontâneo na TV.

Ela fazia rir de cara limpa, sem precisar de tipos, caracterizações, “escadas”. Com Tom Cavalcanti, em “Sai de baixo”, formou uma dupla excepcional na história do humor da TV, comparável a aquela de Primo Rico e Primo Pobre, do “Balança mas não cai”. Mais até, porque era uma explosão espontânea, que ultrapassava o texto.

Foi muito invejada e boicotada pelos próprios colegas de elenco, que amava, por autores e diretores. Sua luz empanava os brilhos à sua volta. Ela não precisava de bordão. Era a própria inspiração.

O coração foi um mau companheiro, e Claudia, que superou um câncer, não conseguiu palpitar como antes na cena, sua energia foi se limitando, precisou emagrecer, e a alegria interior foi rareando pouco a pouco. Ela própria dizia que não conseguia mais a vibração de antes, era outra pessoa.

Claudia, como te entendo e como te admiro!

Meu beijo, querida. No céu, onde não há eletrocardiograma, seu coração há de fazer rir com a energia dos anjos, e Papai do Céu há de gargalhar muito, cercado de anjinhos vestidos com um biquíni selvagem.

R.I.P. 

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Escrito por:

Formação acadêmica: Conservatório Nacional de Teatro 1967-1969, Rio de Janeiro
Jornalista, atriz e diretora do Instituto Zuzu Angel/Casa Zuzu Angel - Museu da Moda. Manteve colunas diárias e semanais, de conteúdos variados (sociedade, comportamento, cultura, política), nos jornais Zero Hora (Porto Alegre), O Globo, Última Hora e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), onde também editou o Caderno H, semanal.
Programas de entrevistas nas TVs Educativa e Globo.
Programas nas rádios Carioca e Paradiso.
Colaborações e/ou colunas nas revistas Amiga, Cartaz, Vogue, Manchete, Status, entre outras publicações).
Atriz de Teatro, televisão e cinema, de 1965 a 1976
Curadoria de Exposições de Moda: Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Itau Cultural, Paco Imperial, Casa Julieta de Serpa, Palacio do Itamaraty (Brasilia), Solar do sungai (Salvador).
Curadoria do I Salao do Leitor, Niterói

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