Celso Amorim lamenta afastamento do Brasil, dos Brics, grupo integrado por produtores de vacina
O embaixador e ex-chanceler, Celso Amorim, lamentou o afastamento do Brasil, dos Brics, atitude tomada por Bolsonaro e elogiada pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, pouco antes de deixar o cargo, a exemplo de ataques semelhantes tantas vezes proferidos pelo chefe, Ronald Trump.
Amorim lembrou que “o país teve um papel fundamental” como um dos iniciadores do movimento para a criação do grupamento inicialmente composto de: Brasil, Rússia, China e Índia. Em 2011 a África do Sul juntou-se ao grupo, que ganhou o S.
Pompeo parabenizou Bolsonaro pelo Twitter, por ter trabalhado para se manter distante de países como China e Rússia. Em seu post, ele destacou que Brasil e Índia “entendem que China e Rússia são ameaças ao seu povo”.
O ex-chanceler lembrou que Rússia, Índia e China “produzem a vacina” (contra a Covid-19). “Índia e China de forma altamente comprovada. Rússia eu creio que também, mas Índia e China, sim, e nós demos as costas para eles, por esperar tudo do Trump e o resultado é este que nós estamos tendo. O comentário é: só se pode lamentar. Eu não saberia dizer se é incompetência ou se é, digamos, pior do que isto. Algo desejado para produzir a destruição e a morte no país”.
“Lembram do BRICS? Bem, graças a Jair Bolsonaro e Narendra Modi [primeiro-ministro indiano], o B e o I entendem que o C e o R são ameaças ao seu povo”, escreveu Pompeo.
No início deste mês, mal começava o ano e já o governo federal deixou de pagar a parcela de US$ 292 milhões (R$ 1,6 bilhão) para custear o novo Banco de Desenvolvimento do Brics, mais conhecido como Banco do Brics. O valor para o banco de países em desenvolvimento deveria ter sido pago no último domingo (03), mas, de acordo com o Ministério da Economia, não houve a liberação da verba para o pagamento. Paulo Guedes culpou Rodrigo Maia, por não ter colocado o tema em pauta, mas o presidente da Câmara não só negou, como chamou o governo de “incompetente”.