Boulos contra a roleta-russa
No próximo domingo à noite (6/10) saberemos quem irá para o segundo turno na eleição da maior cidade do país. Seja pelo gigantismo da capital paulista, seja pela nacionalização da disputa, seja pelo próprio comportamento dos candidatos, a eleição em São Paulo irá definir o futuro do nosso país para os próximos anos. É uma espécie de roleta-russa, onde o tambor do revólver gira com apenas uma bala e o gatilho disparado pelo eleitor definirá entre a vida e a morte do Estado Democrático de Direito. Em outro momento determinante, o dia 8 de janeiro de 2023, naquela roleta-russa, a bala só não explodiu por falta de pólvora (apoios militares e externos).
Se Ricardo Nunes for o reeleito, a dupla Bolsonaro/Tarcísio de Freitas terá a estrada aberta para retomar o controle do país. Já o arrivista de extrema-direita, Pablo Marçal, por si só já representa uma ameaça futura à democracia.
Solitário nessa disputa para chegar à próxima fase da eleição está o professor, escritor e deputado federal, Guilherme Boulos. Uma vitória de Boulos é importantíssima, não só para o sucesso econômico e social do país, mas para a preservação da democracia, sustentada hoje a duras penas pelo presidente Lula, sua frente progressista e pelo STF.
As últimas pesquisas apontam uma leve subida nas intenções de voto de Guilherme Boulos e uma leve queda de Ricardo Nunes. Marçal se manteve estável. Na pesquisa Quaest de 30 de setembro passado, a situação entre os três candidatos era a seguinte: Ricardo Nunes 24% dos votos, Guilherme Boulos, 23% e Marçal, 21%. Mas no mesmo dia da Quaest, a pesquisa AtlasIntel apontava uma mudança total na disputa paulistana. Boulos assumia a liderança com 29,4% dos votos, Marçal passava a ocupar o segundo lugar, com 25,4%, e Nunes caía para 22,9%.
Uma mudança que já vinha aparecendo em trackings de algumas campanhas.
Existe entre alguns marqueteiros e analistas políticos a percepção de que existe um voto envergonhado de conservadores bolsonaristas em Pablo Marçal. E um crescimento da intenção de votos em Boulos nas periferias, por conta do apoio de Lula.
O PT e as esquerdas têm a tradição de crescer nas retas de chegada. Vamos ver se essa tradição se mantém. O segundo turno, como todos sabem, é uma nova eleição. O tempo de propaganda na televisão é dividido por igual entre os dois candidatos. Pelo bem da nossa democracia e do Brasil, que o eleitor afaste essa roleta-russa para bem longe de nossas cabeças.