Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nobrega – PR)

Bolsonaro é que deve ser proibido no Planalto e no Brasil

16 de dezembro de 2021, 12:48

Ao “decidir” a proibição do uso de máscaras de proteção no Palácio do Planalto, o tenente afastado do Exército ultrapassa a barreira do crime sanitário. Ocupando, acintosa e inadequadamente, o cargo de presidente do Brasil, ele sacramenta a sua posição ditatorial, avisa aos quatro ventos o que já se sabe, que ele faz o que quer e não está nem aí para a Justiça. Comete e assina embaixo um crime odioso. Desrespeita a família dos mortos pela Covid-19. Deve ser julgado e banido do país. Ele assume ser, cada vez mais, um criminoso potencial e contumaz.

O uso de máscaras ainda é obrigatório em todo o Distrito Federal, em reação à pandemia que não acabou. O que houve foi uma flexibilização do equipamento em locais abertos, decretada no dia 26 de novembro pelo governador Ibaneis Rocha. Em recintos fechados, não. O uso da máscara de proteção, alvo primeiro dos negacionistas e criminosos ambientais de todos os matizes, continua sendo a medida básica para se combater a transmissão do coronavírus e propagação da Covid-19 e suas variantes. Ignorá-la é inconsequência. Combatê-la é crime contra a saúde pública.

A sentença irresponsável e típica de um homem tão sem escrúpulos foi proferida na semana passada (13.12), em uma visita de músicos de forró ao Planalto. Desnecessário dizer que todos, não somente o presidente, diga-se, afrontaram a lei que obriga o uso de máscaras em locais públicos, como o é a sede do governo brasileiro.

Alegres e sorridentes, sanfoneiros e cantores se prestaram a um papel vergonhoso de cúmplices de um criminoso. Foram coautores de um crime. Artistas, como ensinou Fernando Brant, têm que ir onde o povo está. Não onde se trama para matar o povo.

O convescote ocorreu no “Dia do Forró” e supostamente serviu para celebrar o Forró como Patrimônio Imaterial, sendo amplamente divulgado pela mídia. Justo motivo seria para homenagear o principal ritmo nordestino e seu criador, o grande Luiz Gonzaga.  Além de Jair Bolsonaro, representaram o desditoso governo os ministros Gilson Machado (Turismo), Marcelo Queiroga (Saúde), Ciro Nogueira (Casa Civil), Fábio Faria (Comunicações), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), além do titular da Defesa, Walter Braga Netto. Sala lotada e máscara zero.

“Aqui é proibido usar máscara”, disse o “mito”, saudado por uma horda sorridente e igualmente infratora. Em nível de mau exemplo, a frase é irretocável. Que seja lembrada na hora do acerto de contas. Que virá, apesar de Bolsonaro apostar tanto no contrário.

Escrito por:

Jornalista e compositor, com passagem por veículos como o Jornal do Commercio (PE) e as sucursais de O Globo, Jornal do Brasil e Abril/Veja. Teve colunas no JC, onde foi editor de Política e Informática, além de Gerente Executivo do portal do Sistema JC. Foi comentarista político da TV Globo NE e correspondente da Rádio suíça Internacional no Recife. Pelo JC, ganhou 3 Prêmios Esso. Como publicitário e assessor, atuou em diversas campanhas políticas, desde 1982. Foi secretário municipal de Comunicação. Como escritor tem dois livros publicados: "Bodas de Frevo", com a trajetória do grupo musical Quinteto Violado; e "Onde Está Meu Filho?", em coautoria, com a saga da família de Fernando Santa Cruz, preso e desaparecido político desde 1973. Como compositor tem dois CDs autorais e possui gravações em outros 27 CDs, além de um acervo de mais de 360 canções com mais de 40 músicos parceiros.

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