Levantamento indica que maior percentual de prisões é de negros no DF

16 de julho de 2024, 18:40

No primeiro semestre de 2024, negros foram 84% dos presos no Distrito Federal e Ceilândia foi a região com maior número de prisões. Entre as acusações de crimes, violência doméstica e familiar aparece em primeiro lugar.

Os dados são da Defensoria Pública, que entrevistou 2.567 pessoas atendidas pelo órgão na audiência de custódia no Distrito Federal. Audiência de custódia é quando um juiz ouve o preso e avalia, em 24 horas, a necessidade e a legalidade da ordem e se mantém ou não a prisão.

Sobre o perfil dos presos, o levantamento revela que 44,27% têm ensino fundamental incompleto; 84% são negros; 90,66% são homens; 68,96% têm renda de até aproximadamente um salário mínimo; a média de idade é de 33 anos.

As principais acusações de crime são: violência doméstica e familiar (33,62%); contra o patrimônio, sem violência (25,16%); tráfico de drogas (13,86%); crimes contra a vida (3,45%); e crimes do Código de Trânsito (4,43%); 

O levantamento ainda indica que o valor médio das fianças é de R$ 2,9 mil. O defensor público Alexandre Fernandes Silva explica que este é o primeiro levantamento realizado com os dados das audiências de custódia. O objetivo é que a pesquisa seja feita a cada semestre. “Os dados serão utilizados para propor alternativas de políticas públicas. Não é só para identificar as regiões vulnerabilizadas, mas investir, por exemplo, no aumento do policiamento e iluminação pública”, diz.

Outro ponto destacado pelo defensor Alexandre Fernandes são os marcadores sociais da pesquisa, através do cruzamento de dados sobre gênero, raça e classe. Mulheres e homens brancos presos têm maior renda que mulheres e homens negros.

Dos locais de prisões, as regiões administrativas com maior número são: Ceilândia (12,34%); Taguatinga (6,72%); Samambaia (5,67%); Planaltina (5,63%); Recanto das Emas (5,55%); e Plano Piloto (4,35%). Águas Claras: aparece em último lugar, com a menor porcentagem: 1,90%.

Clique aqui e confira o relatório completo da pesquisa da Defensoria Pública do DF.

Foto: Unsplash

Fonte: g1

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