Hortas fitoterápicas auxiliam no bem-estar e na saúde da população do DF
O Distrito Federal tem sido o berço de projetos sociais e ecológicos que buscam formas alternativas para cuidar das comunidades usuárias do sistema público de saúde. Pacientes têm a possibilidade de participar dos cuidados no plantio e cultivo de ervas medicinais diretamente nos hortos e se beneficiarem dessa produção. A distribuição ocorre tanto das plantas produzidas pelo próprio paciente, como o insumo é enviado para farmácias, a fim de serem manipulados e distribuídos como fitoterápicos.
Nos hortos medicinais agroflorestais biodinâmicos ocorre o cultivo e produção de plantas medicinais que se tornam fitoterápicos e são distribuídas para a população, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS), pelo Distrito Federal. “Tudo começou em 2017/2018 quando o Lago Norte teve uma situação de epidemia de dengue muito grave e, junto à comunidade, nós buscamos estratégias para fazer um projeto que pudesse, a longo prazo, enfrentar a transmissão da doença e de outras zoonoses”, afirmou o médico Marcos Trajano, 43, um dos idealizadores do projeto.
Um dos primeiros territórios escolhidos para a limpeza e retirada do lixo, que poderia ter focos do mosquito da dengue, foi a UBS do Lago Norte. Por isso, os idealizadores do programa decidiram integrar o espaço, como uma forma de combate ao Aedes aegypti.
Segundo Trajano, o projeto expandiu com a ajuda da Fundação Oswaldo Cruz e de outros parceiros, como a Companhia da Nova Capital (Novacap) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). “Hoje, o Distrito Federal conta com 14 unidades do horto localizadas em regiões administrativas, como em Ceilândia, Taguatinga, Brazlândia, Samambaia e Santa Maria”.
O médico explica que o horto nasce da iniciativa de integrar o cuidado aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para além dos procedimentos de saúde oferecidos pelo sistema (consultas, tratamentos e cirurgias), e de poder fazer isso de forma ecológica. A comunidade participa ativamente do cultivo e plantio dos insumos que são destinados à Farmácia Viva, para que sejam remanejados e distribuídos de forma segura.
“É um encontro da ciência com o nosso compromisso de atuar contra os problemas causados pela emergência climática. Há o cuidado com a flora e com a fauna no desenvolvimento dos insumos que podem se transformar em medicamentos para a população”, diz Trajano.
Foto: Beatriz Mascarenhas/Correio Braziliense
Com informações do Correio Braziliense