Apresentação musical marca intercâmbio de brasilienses na Embaixada do Quênia
O Instituto Batucar promoveu um intercâmbio cultural, nesta quinta-feira (28), em parceria com a Embaixada do Quênia, país do continente africano, em Brasília. O evento foi marcado pela entrega de material escolar para as crianças e os adolescentes integrantes do instituto e, também, pela apresentação musical de 11 crianças do que aprenderam na entidade.
“A música corporal, que antes era um improviso, virou carro-chefe do nosso trabalho. Além de oferecer arte e cultura, também damos suporte na educação dessas crianças”, explica Ricardo Amorim, presidente e fundador da instituição.
Os kits continham caderno, lancheira, caneta, lápis e outros materiais usados em sala de aula. Eles foram arrecadados em campanha promovida pela marca brasiliense Zinc, de roupas e acessórios.
“Todos os anos, a gente envolve nossos clientes na campanha de arrecadação. Isso não beneficia apenas as crianças, mas toda a comunidade. E acho o trabalho do instituto incrível, com uma base de pessoas que realmente entendem de trabalho social, que buscam a transformação, não apenas o assistencialismo”, avalia Flávia Oliveira, proprietária da marca.
Intercâmbio cultural
Antes de os meninos e meninas encantarem a todos com a apresentação, o embaixador do Quênia, Lemarron Kaanto, deu as boas-vindas aos integrantes do Instituto Batucar. Na ocasião, ele aproveitou para mostrar aos jovens, elementos da cultura do seu país natal, como a língua swahili, a comida e as atrações turísticas do Quênia.
Termos como “hakuna matata” e “simba”, do filme “O rei leão”, são da língua originária do país africano, e significam “sem problemas” e “leão”, respectivamente. A criançada se empolgou com a miniaula de swahili ministrada pelo embaixador. “Vocês estão em território queniano. Sejam bem-vindos”, avisou Lemarron.
A embaixada deu suporte à arrecadação de material escolar divulgando a campanha da Zinc e cedendo o espaço para o evento, que contou com comidas e bebidas típicas do pais africano. Lemarron falou que o apoio ao projeto faz parte da cultura diplomática da embaixada. “Nós queremos usar o projeto para que os estudantes e a comunidade saibam mais sobre o meu país, porque há muitas semelhanças entre o Quênia e o Brasil” observa Kaanto.
“Queremos os brasileiros por meio dos estudantes, juntar os dois países. Mas o mais importante de tudo é a linguagem da música, que não tem barreiras. Ela junta as pessoas. Queremos usar a embaixada para o projeto apresentar o povo queniano, além do turismo, da comida e da cultura”, completa o embaixador.
Fundação
O Instituto Batucar surgiu em 2006, após Ricardo Amorim, que à época era estudante de música da Universidade de Brasília (UnB), ser convidado, em 2001, para ensinar instrumentos musicais para 12 jovens de uma igreja do Recanto das Emas.
O grupo dispunha apenas de uma bateria quebrada e um violão sem cordas. Perante a escassez de recursos e a vontade genuína dos jovens de aprender música, Ricardo decidiu improvisar com sons corporais. O batuque vem das palmas, das pernas, da barriga e da boca.
“Começou como experimentação e foi um sucesso. O projeto cresceu, extrapolou os limites da igreja e abraçou a comunidade do Recanto, até que nasceu o instituto”, conta Amorim. Ao longo dos 18 anos de existência, mais de 10 mil passaram pela entidade, aprendendo algum instrumento ou fazendo som com a percussão corporal. Atualmente, 50 crianças e adolescentes são atendidas pelo Batucar.
Mais de 2 mil professores do Brasil e de outros países passaram pelas oficinas do instituto, que também é objeto de estudo de diversos pesquisadores da UnB. “O que confirma nossa atuação na frente acadêmica também”, destaca Amorim.
Instrumentos
O instituto, localizado no Recanto das Emas, é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), cujo objetivo é promover aulas de musicalização com violão, teclado, bateria e outros instrumentos, como o corpo.
O lugar atende a jovens de 5 a 17 anos, no contraturno escolar, com atividades de arte, cultura e educação, sobretudo a música corporal, especialidade dos Batucadeiros. Todas as atividades são de graça e qualquer criança e adolescente pode se inscrever, basta estar matriculado em alguma rede de ensino.
Foto: Correio Braziliense
Com informações do Correio Braziliense
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