Covardia da grande imprensa é cúmplice da censura ao DCM

8 de agosto de 2024, 15:55

O site do DCM ficou fora do ar da tarde de quarta-feira até a manhã de quinta, por decisão da Justiça que atende aos desejos da extrema direita e se aproveita do acovardamento de setores do próprio jornalismo.

A censura imposta ao DCM é causada também pela covardia da imprensa que só vê censura e autoritarismo na Venezuela.

Uma grande imprensa que se encolheu diante da capacidade de sobrevivência da extrema direita.

Com a cumplicidade das organizações do mundo virtual que ganham dinheiro com a propagação de conteúdos fascistas.

Corporações da mídia tradicional, big techs e instituições que temem o bolsonarismo também são responsáveis pelas perseguições à imprensa não hegemônica.

Mas essas corporações sabem tudo de autoritarismo em Caracas. E condenam o militarismo na Venezuela e não nas escolas cívico-militares de São Paulo.

A censura imposta pela extrema direita de Tocantins ao DCM é mais uma prova do uso de estruturas das instituições pelo poder econômico e político paroquial. Com a conivência dessa grande imprensa acovardada.

Agora pela manhã, a Folha estampava na capa uma chamada sobre a perseguição a jornalistas na Venezuela.

Não há nada sobre a perseguição ao DCM. A grande imprensa brasileira só é valente com Maduro.

(Este texto será sabotado pelo Facebook, onde foi originalmente publicado.)

SEM TRÉGUA

Duas frases importantes, que estão na notícia do retorno ao ar do site do DCM, censurado na quarta-feira por uma decisão da Justiça do Tocantins:

“Não deixaremos de combater o fascismo, tão presente em setores do Judiciário”.

“Seguiremos investigando sem trégua as ações tanto da juíza quanto da deputada”.

A deputada é Janad Valcari, do PL, pré-candidata à prefeitura de Palmas pelo PL, envolvida em operações suspeitas com dinheiro público. Foi ela quem pediu à Justiça a censura ao site.

A juíza que tirou o site do ar é Edssandra Barbosa da Silva Lourenço, da 4ª Vara Cível de Palmas.

Perguntas: 1. Por que tirou? 2. Uma juíza de Cacequimba do Oeste determinaria a suspensão do site da Folha? 3. Um vereador de São Pedro da Urtiga Roxa, denunciado por manipulação de verbas públicas, tiraria o site do Globo do ar, com a ajuda de uma juíza da cidade? 

O Estadão e a Folha, os jornalões preferidos pelos fascistas, não deram uma linha sobre a perseguição ao DCM. Os dois sabem tudo sobre censura na Venezuela.

Escrito por:

Moisés Mendes é jornalista de Porto Alegre e escreve no blogdomoisesmendes. É autor de ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim). Foi editor de economia, editor especial e colunista de Zero Hora.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *