Campanha da Folha finge soltar o rabo preso com a extrema direita

28 de maio de 2023, 19:47

O cinismo da Folha está em constante renovação. O jornal livrou-se dos jornalistas de esquerda para fazer média com a direita que se acomodou na extrema direita.

Definiu a ditadura das torturas, das perseguições, dos assassinatos, dos desaparecimentos e das cassações como uma ditabranda.

Ajudou a derrubar Dilma e a inventar Bolsonaro. Assumiu a liderança do antilulismo na grande imprensa.

Incentivou os crimes dos justiceiros lavajatistas de Curitiba e aplaudiu a prisão de Lula.

Enfiou o rabo entre as pernas e acovardou-se durante os quatro anos de fascismo no poder.

E agora vem com essa campanha para reconquistar leitores que fogem do jornal e do seu reacionarismo que tem o rabo preso com o fascismo.

A campanha lançada hoje tem esse slogan: “Fure a bolha. Assine a Folha”.

O texto diz: “Sob esse mote, o jornal convida todos a consumir fontes diversas e posições divergentes para evitar a armadilha do viés de confirmação. Ele ocorre quando ficamos predispostos a procurar conteúdos que corroborem nossas crenças pessoais”.

É mais um deboche. Fontes diversas? Com seus ‘especialistas’ pretensamente liberais que batem em Lula todos os dias? Com as mesmas fontes que deram suporte ao golpe de 2016?

A Folha é a bolha das ideias da velha direita absorvida pelo bolsonarismo, o núcleo que coordena a sabotagem ao governo Lula.

A Folha é a mesma bolha que apoiou os militares de 64 e repete agora contra Lula o discurso do mercado financeiro, dos rentistas, dos golpistas, dos privatistas.

É o centrão do jornalismo e faz tudo por dinheiro. Até campanha cínica. A Folha é a bolha dos que têm saudade de Bolsonaro.

A campanha tenta sugerir que a Folha não terá mais o rabo preso com a extrema direita. Quem quiser que acredite.

(O detalhe a lamentar é que a Folha usa a imagem de Monica Bergamo numa das propagandas. É um truque. Recorre a uma jornalista de exceção, em meio à devastação que promoveu na redação para expulsar os jornalistas progressistas e tentar terceirizar a opinião à esquerda com colaboradores de fora. A campanha dá a entender que Monica Bergamo é o padrão Folha. Monica é um caso à parte, entre outros, mas não é a cara da Folha. A cara da Folha é horrorosa, é uma mistura da cara do Valdemar Costa Neto com a cara do Arthur Lira.)

Escrito por:

Moisés Mendes é jornalista de Porto Alegre e escreve no blogdomoisesmendes. É autor de ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim). Foi editor de economia, editor especial e colunista de Zero Hora.

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